segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Não sei como você se sente...

Não sei como se sente, nem sei como me sinto. Não sei o que você pensa e o que eu penso já não me importa mais. Vou levando essa vida em contramão, esperando alguma coisa interessante acontecer. Fico buscando preencher meu tempo com coisas que me agradam. Envolvo-me, crendo poder sentir tudo novamente!

Novas e velhas paixões, conquistas, saudades, flertes, lembranças, experiências, contradições...  Tudo se torna muito bom, até porque o amor tem uma magia, uma coisa que te suga pra dentro e que te faz se sentir muito bem. Como diz um amigo meu, nada como um carinho, um beijo, um abraço, quando você chega cansado do trabalho.

Vamos levando nossas vidas pra ver onde conseguimos chegar, até onde o destino pode nos levar e ‘sem lenço e sem documento’ entrar de corpo e alma em uma história que vai te confortar e te dar tudo que você precisa.

Eu até que tento te esquecer, mas tudo que escrevo ou faço me faz lembrar você. Ando precisando  abraçar alguém, aquele abraço de meia-hora como faço com meu urso quase sempre. Não agüento mais ficar pensando como poderia ter sido, ou agido. Quero muito me desprender de você, continuar a levar essa vida na contramão.

Tento não lembrar dos momentos em que vivemos, ou aqueles que nunca vivemos e com certeza  não iremos  viver. Porque o destino fez a questão de separar nossas linhas, e por mais tortas que fossem elas nunca mais iram se cruzar.  E tentando preencher meu tempo com coisas aparentemente normais esqueço-me do tempo, do amor, da petrificação de cada momento.

O relógio quebrado é um conforto. Ele me ajuda a dormir a noite. E pode não parecer mais estou caindo aos pedaços, mal consigo respirar com o coração partido que ainda bate. Então me deixe aqui sozinha por um bom tempo, posso ter perdido o rumo. Mas ainda sei meu caminho pra casa.

Mas ao invés disso sou como um livro aberto. E eu ainda vejo o seu reflexo, dentro de meus olhos. Eles procuram um propósito. Eles ainda procuram por vida.

Lara Delgado e Flávia Barreto

sábado, 28 de agosto de 2010

Destiny

Hoje acordei meio reflexiva e estive a pensar na importância das pessoas em nossa vida. Quantas pessoas te fazem sentir-se único e especial? Quantas pessoas te fazem sentir-se extraordinário? Quantas pessoas te fazem sentir-se vivo? Responder a essas perguntas me fez pensar em determinados clichês que, por serem tão "batidos" acabam passando despercebidos. O mundo gira tão rápido agora que, meio sonolentos e anestesiados, seguimos tentando, inutilmente, não cometer os mesmos erros, evitar a dor e deixando o melhor para amanhã, enquanto houver amanhã.
Depois de muito adiar, fui obrigada a assumir: Estou com medo. Medo das minhas escolhas, medo de quem eu estou me tornando, medo de não saber quem eu deveria me tornar, medo de olhar para trás e arrepender-me, medo do tempo, dos meus erros e, principalmente, medo de não me sentir, em toda a minha vida, do mesmo jeito que sinto quando estou contigo. Perante tantos paradoxos, apareceu-me como certeza plena: Eu te amo. E por não sentir-me preparada para gostar tanto de alguém, fiquei assustada e isso, talvez, tenha nos levado a nos afastarmos em alguns momentos, mas a razão suprema me diz e eu quero acreditar que isso é o que realmente importa e apesar de todos os empecilhos que nos serão impostos, sinto-me cada vez mais capaz de te fazer feliz, como já te prometi. Então, renovando aquilo que afirmei no passado, te peço, novamente, uma chance para que, juntos, nós possamos embarcar nesse mistério chamado amor. "Dentre tantas outras, quero ser a primeira em tua vida..."
Nelson Mandela disse uma vez: "Eu sou o mestre da minha alma. Eu sou o capitão do meu destino".
Concordo parcialmente com ele. Posso até ser a mestre da minha alma, mas desde o dia 02/04/10, quem comanda o meu destino é você.

Por: Tássia Louise Moraes.

sábado, 7 de agosto de 2010

Exigências da Vida Moderna

Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro.
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo - e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!

(Arnaldo Jabor)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O contrário do amor

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

(Martha Medeiros)

"Tem muita gente que se distrai e é feliz pra sempre, sem conhecer as delícias de ser feliz por uns meses, depois infeliz por uns dias... Viver não é seguro. Viver não é fácil. E não pode ser monótono. Mesmo fazendo escolhas aparentemente definitivas, ainda assim podemos excursionar por dentro de nós mesmos e descobrir lugares desabitados em que nunca colocamos os pés, nem mesmo em imaginação. E, estando lá, rever nossas escolhas e recalcular a duração de "pra sempre". Muitas vezes o "pra sempre" não dura tanto quanto duram nossa teimosia e receio de mudar."

(Martha Medeiros)