Não sei como se sente, nem sei como me sinto. Não sei o que você pensa e o que eu penso já não me importa mais. Vou levando essa vida em contramão, esperando alguma coisa interessante acontecer. Fico buscando preencher meu tempo com coisas que me agradam. Envolvo-me, crendo poder sentir tudo novamente!
Novas e velhas paixões, conquistas, saudades, flertes, lembranças, experiências, contradições... Tudo se torna muito bom, até porque o amor tem uma magia, uma coisa que te suga pra dentro e que te faz se sentir muito bem. Como diz um amigo meu, nada como um carinho, um beijo, um abraço, quando você chega cansado do trabalho.
Vamos levando nossas vidas pra ver onde conseguimos chegar, até onde o destino pode nos levar e ‘sem lenço e sem documento’ entrar de corpo e alma em uma história que vai te confortar e te dar tudo que você precisa.
Eu até que tento te esquecer, mas tudo que escrevo ou faço me faz lembrar você. Ando precisando abraçar alguém, aquele abraço de meia-hora como faço com meu urso quase sempre. Não agüento mais ficar pensando como poderia ter sido, ou agido. Quero muito me desprender de você, continuar a levar essa vida na contramão.
Tento não lembrar dos momentos em que vivemos, ou aqueles que nunca vivemos e com certeza não iremos viver. Porque o destino fez a questão de separar nossas linhas, e por mais tortas que fossem elas nunca mais iram se cruzar. E tentando preencher meu tempo com coisas aparentemente normais esqueço-me do tempo, do amor, da petrificação de cada momento.
O relógio quebrado é um conforto. Ele me ajuda a dormir a noite. E pode não parecer mais estou caindo aos pedaços, mal consigo respirar com o coração partido que ainda bate. Então me deixe aqui sozinha por um bom tempo, posso ter perdido o rumo. Mas ainda sei meu caminho pra casa.
Mas ao invés disso sou como um livro aberto. E eu ainda vejo o seu reflexo, dentro de meus olhos. Eles procuram um propósito. Eles ainda procuram por vida.
Lara Delgado e Flávia Barreto